95%. Esse é o percentual de chance de cura para casos de câncer de mama descobertos de forma precoce. O dado da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) vem para lembrar que o diagnóstico não é uma sentença!
O câncer de mama é o tipo mais frequente entre as mulheres do Brasil e do mundo. A doença acontece pelo desenvolvimento anormal das células da mama, que se multiplicam de forma desordenada até formarem um tumor.
Há vários tipos de câncer de mama, desde os que se desenvolvem de maneira rápida, até os que surgem de forma lenta e silenciosa. Por isso é tão importante se aprofundar no movimento Outubro Rosa - que vamos explorar nesse artigo.
História do Outubro Rosa
O Outubro Rosa é um movimento celebrado em todo o mundo com o objetivo de divulgar informações sobre o câncer de mama. A intenção por trás de cada ação é fortalecer a prevenção, o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença, estimulando a participação da população, empresas e entidades.
O movimento surgiu nos anos 1990, nos Estados Unidos, onde eram realizadas algumas ações isoladas, como o incentivo a exames preventivos, durante o mês de outubro. No mesmo ano, a Fundação Susan G. Komen for the Cure promoveu a chamada Corrida pela Cura, em Nova York. Entre os participantes, foram distribuídos inúmeros laços rosa, dando origem ao que seria o símbolo da campanha.
No Brasil, o primeiro ato marcante do Outubro Rosa aconteceu no ano de 2002. O monumento conhecido como Obelisco do Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo, foi totalmente iluminado com a cor rosa, gerando ainda mais visibilidade para o movimento.
Fatores de risco
Não se pode afirmar que o aparecimento do câncer de mama se deve a apenas um fator. Há uma série de elementos que estão relacionados ao desenvolvimento da doença. É possível dividir esses fatores em 3 grupos:
1) Fatores comportamentais/ambientais:
- Obesidade e sobrepeso, especialmente após a menopausa;
- Sedentarismo;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Exposição frequente a radiações ionizantes, através da realização excessiva de exames como raios-x e tomografia computadorizada;
- Histórico de tratamento com radioterapia no tórax.
3) Fatores hereditários/genéticos:
- Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2;
- Casos de câncer de ovário / mama na família.
Sinais e sintomas
Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o câncer de mama pode não apresentar sintomas. Isso serve como um alerta sobre a importância de conhecer o próprio corpo, buscando ajuda médica caso perceba mudanças e anormalidades.
Entre os possíveis sinais do câncer de mama estão:
- Alterações no tamanho ou formato da mama;
- Sensação de massa, nódulo ou caroço na mama, geralmente endurecido, fixo e indolor;
- Pequenos nódulos no pescoço ou nas axilas;
- Vermelhidão, inchaço, coceira frequente, calor, endurecimento ou dor na pele da mama ou mamilo;
- Alterações no mamilo, como espessamento ou inversão;
- Inchaço do braço;
- Saída de secreções com sangue ou líquido do mamilo;
- Sensação de afundamento de uma parte da mama;
- Crostas ou feridas no mamilo.
É preciso reforçar que esses sinais não confirmam a presença de um câncer. É indispensável consultar um ginecologista para descartar sintomas e receber um diagnóstico correto.
Quais exames fazer
O exame mais comum para detectar anormalidades nas mamas é o autoexame. Ele deve ser feito em 3 situações: em pé em frente ao espelho, durante o banho e deitada. No autoexame, a própria mulher deve tocar os seios com a ponta dos dedos, em movimentos circulares, observando se existem nódulos ou alterações nos mamilos e na pele.
Para que seja possível acompanhar e perceber mudanças, é recomendado que o autoexame seja feito sempre no mesmo período. Ou seja, em uma data fixa, de 3 a 10 dias depois da menstruação, já que o ciclo menstrual pode afetar o corpo.
É importante ter em mente que o autoexame não substitui o exame clínico, realizado por um profissional de saúde. Por isso, pelo menos, uma vez por ano é preciso contar com suporte especializado.
Ao realizar uma consulta com profissional capacitado, como ginecologista ou mastologista, alguns exames podem ser solicitados. O primeiro é o exame de sangue, capaz de identificar proteínas do câncer. A mamografia deve ser realizada anualmente por mulheres a partir dos 40 anos. Já entre 50 e 69 anos, o período pode ser a cada dois anos.
Há ainda exames mais complexos, indicados de acordo com a avaliação médica. Entre eles, a biópsia/punção guiada por ultrassom, a ultrassonografia abdominal superior e a ressonância magnética da mama.
Opções de tratamento
Ao receber o diagnóstico de câncer de mama, a paciente deve ser informada sobre todas as possibilidades de tratamento - mesmo que algumas opções não façam parte da cobertura do seu plano de saúde ou não estejam disponíveis pelo SUS. Existem diferentes tipos de tratamento, variando entre cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou a combinação desses métodos.
A recomendação é definida pelo médico, de acordo com o caso. Porém, tudo deve ser discutido e questionado com a paciente. Além disso, é importante destacar que a paciente com câncer deve ter acesso a vários direitos, assegurados por lei. Na lista desses direitos, sinalizamos alguns:
- Auxílio doença;
- Aposentadoria por invalidez;
- Passe livre;
- Acesso a medicamentos;
- Isenção de IPTU;
- Saque do FGTS e do PIS/PASEP;
- Quitação do financiamento da casa própria;
- Reconstrução mamária no SUS;
- Tratamento em até 60 dias no SUS.
Como se prevenir
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados através de um estilo de vida mais saudável. Destacamos atitudes que podem ser incorporadas no dia a dia e ajudar na sua saúde:
- Pratique exercícios físicos regularmente, idealmente, 150 minutos de atividades leves ou 75 minutos de atividades mais intensas;
- Alimente-se bem. Coma de 3 em 3 horas, priorizando alimentos naturais, como frutas, legumes e verduras. Evite alimentos industrializados e gordurosos;
- Esteja atenta ao excesso de peso. Busque nutricionistas para conhecer o peso adequado para seu corpo;
- Evite bebidas alcoólicas. O exagero nunca é bem-vindo. Dê preferência para água e sucos naturais;
- Durma bem. Mantenha uma rotina de sono onde seja possível descansar por, pelo menos, 8 horas seguidas;
- Não utilize hormônios sem prescrição e acompanhamento médico. O cuidado também vale para pílulas contraceptivas.
Não esqueça: quando falamos de prevenção, é importante considerar todo um conjunto de informações: autoconhecimento, fatores de risco, exames e consultas médicas regulares e hábitos de vida. Priorize o seu bem-estar e a sua saúde todos os dias! #OutubroRosa